Um jantar no 4º melhor do mundo
03/05/12 23:47Há seis anos, Alex Atala e seu D.O.M. entravam pela primeira vez na lista dos 50 melhores do mundo da revista inglesa Restaurant – que prepara a relação desde 2002. À época, Atala diria, com seu bom humor, ao subir ao palco para receber o prêmio pela 50a posição: “Sou o pior dos melhores.”
Em 31 de março, um mês antes da premiação que o consagrou entre os cinco melhores do planeta, fui ao D.O.M. usufruir do seu menu degustação, meu presente de aniversário. Debaixo do braço, levei um delicado branco do Loire – O sancèrre Chavignol Les Monts Damnés 2010. Os vinhos brancos, como pude comprovar no menu do ano passado, combinam muito bem com as criações de Atala. Não é preciso dizer mais. Os pratos, repletos de sabor e elegância, descritos e fotografados abaixo, dão o tom do jantar. Alex, você merece.
Mandioca grelhada com manteiga de garrafa, catupiry e redução de vinho do Porto. Acompanhou uma versão de Kir Royal com licor de jabuticaba.
Cajuína clarificada, camarões branqueados e picles de chuchu, cebola e calda de tamarindo.
A versão de Atala do chibé, bebida dos índios da Amazônia, inclui cuscuz e tabule. Flores, brotos e azeite de ervas o enfeitam.
Um quase-clássico: ostras empanadas com ovas e tapioca marinada. Intensa, harmonizou lindamente com o vinho.
Consommé de cogumelos (shiitake, Paris), ervas e brotos (como flor e folhas de jambu, a erva amazônica que amortece a língua). Delicado, cheio de nuances.
Um incrível caracol marinho com tangerinas e alga. Para Atala, o nosso caracol nada deixa a dever para os outros.
Um prato surpreendente de tão simples: cioba, servida com escamas, em leve cura de sal, algas e mini arroz, num sutil caldo de peixe. Um dos meus preferidos.
Uma deliciosa surpresa: rim de cordeiro com abacaxi e purê de cará com priprioca. De repetir.
Outro grande momento – e, novamente, de uma simplicidade quase desconcertante: uma macia copa lombo de javali com um denso e saboroso purê de banana-da-terra, acompanhado de uma farofa torrada na manteiga com pimenta-de-cheiro, super-crocante. Alex Atala chegaria de uma rápida viagem ao Rio nesta etapa do meu jantar: “Um dia perguntei a uma senhora como ela fazia essa carne. Ela me disse: eu ‘fervento’ e depois frito”. É isso.
O famosos aligot, mistura de queijos gruyère e minas padrão. Acho que ele nunca sai dos menus do D.O.M. – eu, pelo menos, já o comi algumas vezes nestes anos. Agora, porém, ele me pareceu ainda mais sutil.
Sempre me espantei com a qualidade das sobremesas de Atala. Como cozinheiro, ele também é ótimo confeiteiro! Ele diz que, dos vários pratos salgados que cria, saem apenas um par de sobremesas. Pode ser, mas elas são sempre inesquecíveis. Esta é um doce de mamão verde, com pó de iogurte e neve de bacuri. Sensacional.
Acabou a bateria da minha câmera, mas não o repasto. Esta penúltima sobremesa é uma das grandes criações doces do chef: torta de castanha-do-pará com sorvete de uísque, curry, calda de chocolate meio amargo, rúcula e pimenta. Impactante. Por último, uma de suas novidades: sorvete de tapioca, abóbora queimada, doce de coco com sal defumado e carvão de ervas. Ano que vem tem mais.
Hum, que delícia… Acho que vou comemorar meu aniversário lá… Precisa reservar com muita antecedência?
Grato
Oi Ramiro, olha, eu fui lá antes da eleição da revista Restaurant então consegui reservar na mesma semana. Agora pode ter um pouquinho de espera, mas vale tentar. boa sorte e abraço!
Bom dia moça Couto, nesta provas seres é imensa carnívora hã não há como fugir. Eu o faço antes? E não por ti. SE redijo tanto é porq me compadeço ou antes politologicamente apenas largo essa entre tantos “dá bem a isto ou quilo”; fora tal, eu apreciarei tão logo caiba entre fica nos restaurantes menos atacadores da fé vegetal ler-lhe os tópicos do teu PhD. Oui
Ça va, à jusq. Saluton. Ni parolos post Dio