Verdicchio, a estrela branca do Marche
05/06/12 00:40Há algum tempo que ando de olho nas promoções de vinhos feitas por importadoras. Foi assim que conheci este branco italiano, bastante agradável e, na ocasião, de preço bem acessível. Recentemente, ele mudou de importadora e de preço – e ficou mais barato.
A Grand Cru representa agora os vinhos da Garofoli, produzidos na região de Marche, centro-leste do país, desde 1871. A opção da vinícola é fazer vinhos (varietais) apenas com as uvas locais – como a branca Verdicchio, que é responsável por mais da metade da produção desta tradicional região vinícola. “Verdicchio é uma das poucas variedades brancas do centro da Itália com caráter e personalidade”, diz Jancis Robinson em seu The Oxford Companion to Wine.
Assim, mesmo na versão mais simples da Garofoli, o Anfora Verdicchio dei Castelli di Jesi chama atenção. Em sua edição 2011, é um branco leve e fresco, com toque floral sutil e muita acidez – ideal para acompanhar pescados, ou mesmo para ser bebido como aperitivo. “No Japão, este vinho é muito consumido com sushi”, explica Gian Luca Garofoli, em visita recente ao Brasil. A bela garrafa, em formato de ânfora, é típica de vinhos feitos com esta casta no Marche. O preço? R$ 38. Para todos os bolsos.
Outra característica desta uva é seu caráter mineral, fruto do solo da região, que já foi coberta pelo mar. Este traço é mais visível no segundo branco da casa, o excelente Podium dei Castelli di Jesi DOCG 2009, repleto também de frutas brancas e com um leve toque de anis. Untuoso e elegante, acompanha bem um bacalhau, indica Gianluca. Segundo ele, o Podium foi escolhido como o vinho para presentear embaixadas na comemoração dos 150 anos de unificação da Itália. Dez vezes agraciado com tre bicchieri, a cotação máxima do guia de vinhos Gambero Rosso, custa R$ 95.
Além destes belos brancos, a Garofoli investe em um tinto com a variedade Montepulciano, plantada em todo o centro da Itália. Embora seja muito conhecida em Abruzzo – esta casta tem bom desempenho também no Marche. Um dos terroirs famosos para a sua produção é o Monte Conero, de solo muito pobre – o que é ideal para o plantio de vinhas -, composto de rochas brancas. O Grosso Agontano Conero DOCG Riserva 2008 é um belo tinto, de aroma complexo, macio na boca e longo final. (Embora não seja este o caso, esta denominação aceita a mistura da Montepulciano com outra casta italiana famosa, a Sangiovese, em até, no máximo, 15%). Pela sua qualidade, tem um preço ainda atraente (R$ 140), já que a região do Marche, diferentemente da vizinha Toscana, não goza de tanta fama.
Grand Cru (rua Bela Cintra, 1.799, São Paulo, 11/3062.5170)
Cristiana, boa noite. o preço do verdicchio me pareceu bom, mas não há nenhum tinto deste produtor com preço semelhante? parabens pelo blog!