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Seja Bem Vinho

por Cristiana Couto

Perfil Cristiana Couto, jornalista de comida e vinhos, é PhD em História da Ciência (Alimentação)

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Feira da Decanter reunirá 70 produtores

Por criscouto
31/05/12 17:10


A edição 2012 da Decanter Wine Show está maior. A feira, que acontece de 25 a 29 de junho, vai percorrer quatro capitais do país com cerca de 70 produtores: começa no Rio de Janeiro, passando depois por São Paulo (26 e 27), Porto Alegre (28) e Belo Horizonte (29).

Este ano, a feira reúne apenas produtores do Velho Mundo. Ao todo, serão apresentados cerca de 400 rótulos, de onze países. A outra novidade é que a feira, que acontecia a cada dois anos desde 2006, passará a ocorrer anualmente, intercalando produtores europeus e do Novo Mundo.

Entre os produtores franceses que vêm pela primeira vez ao país estão Antonin Guyon (da Borgonha), De Sousa et Fils (Champagne) e Domaine Paul Planck (Alsácia). Entre os italianos, destaque para o produtor orgânico Gulfi, da Sicília, e Franz Haas, de Trentino. O espanhol  José Pariente (região de Rueda) também irá apresentar seus vinhos pela primeira vez, ao lado o pequeno produtor do Priorato Celler de L’Encastel. Não faltarão, ainda, o famoso produtor de vinhos verdes Anselmo Mendes, e Alves de Souza, do Douro.

Vale conhecer também exemplares de países cuja oferta ainda é pequena no Brasil. Bons exemplos são os vinhos de Attila Gere, produtor húngaro famoso por seus tintos, da Eslovênia (produtor Simcic de Brda) e da Croácia (Korta Katarina). Da Grécia, estar;a presente a vinícola Domaine Sigalas.

O quê: Decanter Wine Show 2012
Quando: 25 a 29 de junho, das 16h às 22h
Onde: dia 25, no Rio Othon Palace (RJ); dias 26 e 27, no hotel Tivoli,  (SP): dia 28, no Sheraton Hotel (PA); dia 29, Em BH (av. do Contorno, 8.657)
Quanto:  R$ 250 (adquiridos antecipadamente nas lojas Decanter). O valor do ingresso poderá ser revertido em compras acima de R$ 1.000 feitas no dia do evento. Informações pelo tel. (11) 3073-0500.

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Espanhóis no Cantaloup

Por criscouto
28/05/12 19:42

Escribà, Patricia e Abellan, que fazem jantares no Cantaloup

A confeiteira paulistana Patricia Schmidt está de volta a São Paulo. Pelo menos por alguns dias. Ela é uma das convidadas do festival do Cantaloup, que traz, também, os espanhóis Carles Abellan e o confeiteiro Christian Escribà. Abellan, discípulo de Adrià, é chef do Comerç 24 (1 estrela Michelin) e tem mais dois estabelecimentos, o Tapas 24 e o Bravo. Escribà pertence à quarta geração de confeiteiros do empreendimento que leva o sobrenome da família, ambos de Barcelona. O festival, que acontece hoje e amanhã, marca a temporada de chefs internacionais que serão trazidos pelo restaurateur Daniel Sahagoff.

Entre os pratos do cardápio, que custa R$ 280 (com vinhos harmonizados), estão chips de alga nori, torresmo com iogurte, arroz de pato com foie gras e flocos de milho. Patrícia, que vive em Barcelona há dois anos, é casada com Escribà e parceira de criações, promete surpresa no momento da sobremesa, preparada em homenagem ao pai do chef pâtissier, feita com à base de avelãs, musses, chocolate e café. Para a dupla que fez o bolo do último jantar do el Bulli, apresentou um “bolo” em 3 D e faz anéis cristalizados, pode-se esperar um bom espetáculo.

A sobremesa streuzzel de avelãs

Quando: dias 28 e 29 de maio, às 20h30
Onde: restaurante Cantaloup (rua Manoel Guedes, 474, Itaim, tel. 11/3078-3445)
Quanto: R$ 280 (com vinhos)

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Blossom, café edição limitada

Por criscouto
24/05/12 20:01

O café Blossom é a novidade do Ateliê do Café. A empresa (que vende cafés pela internet ou por telefone) lançou recentemente uma edição de apenas 35 quilos do grão. Assim como os outros cafés, o Blossom é produzido pela Fazenda Daterra, do Grupo DPaschoal e localizada em Patrocínio (MG), que possui plantações nas regiões do Cerrado mineiro e na Mogiana, em São Paulo.

Esta edição limitada da Daterra – que, como todas as fazendas de cafés especiais, exporta a maior parte de sua produção – é feita com grãos Bourbon Vermelho. Para começar a entrar no mundo dos cafés, a comparação com vinhos pode ser um recurso bastante didático. Se os vinhos são feitos com a Vitis vinifera, os bons cafés vêm sempre da espécie Coffea arabica. A outra única espécie deste gênero que tem interesse comercial é a C. canephora – da qual se fazem os cafés industriais vendidos no mercado brasileiro. Pois os grãos que seguem majoritariamente para o exterior para compor blends em todo mundo são da variedade arábica – a canephora, genericamente conhecida como robusta é, salvo raríssimas exceções, o equivalente ao vinho de garrafão.

Pois dentro da espécie arábica, há duas variedades da qual se originam muitas outras, por cruzamentos (naturais ou artificiais) ou mutações. Uma delas é a supracitada Bourbon, que se divide em amarelo e vermelho. Também como no mundo dos vinhos, pode-se perceber, nos cafés de qualidade ou especiais, uma gama enorme de aromas, como o de flores, frutas, nozes, chocolate… O café Blossom é um café com toques florais, de corpo médio e com uma ótima acidez – ao contrário do que muita gente pensa, o amargor (presente intrinsecamente nos cafés robusta) não é uma qualidade, mas um defeito. Os bons cafés devem ter doçura (natural, e não do açúcar acrescentado na xícara), corpo e acidez.

Além da variedade, a região é fundamental para imprimir características a um grão. É o que tenta fazer, em nível mais específico, a empresa Ateliê do Café. Fundada há 6 anos, ela trabalha grãos “single state”, ou seja, de uma única origem, com o intuito de expressar um terroir – algo semelhante aos vinhos varietais de vinhedos específicos. Além disso, ela fornece cafés sob demanda – os grãos são torrados quando pedidos (todas as terças e quintas-feiras). Isso faz com que o cliente receba um café sempre fresco.

Por fim, além da variedade e da origem, o perfil sensorial de um café também depende do método pelo qual ele é processado. Se o mesmo vinho tem características distintas quando estagia ou não em barricas de carvalho, um café é diferente do outro se ele foi, por exemplo, seco com a casca ou sem ela. O Blossom é um café seco sem a casca, conhecido no jargão cafeeiro como café descascado (ou CD). Na boca, um café descascado é mais suave e delicado. Sua torra também é media – e a torrefação é, assim como as outras, uma variável fundamental na qualidade de um grão. Mas isso fica para uma próxima oportunidade.

Para encerrar, a delicadeza deste café merece ser apreciada pelo método mais simples de todos – o coado! E como hoje é o o Dia Nacional do Café, uso a saudação dos baristas: bons cafés!

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Da Canastra ao Tordesilhas

Por criscouto
22/05/12 23:48

Queijos da Serra da Canastra, tema de festival no Tordesilhas (SP)

Nos primeiros dias de janeiro, entrevistei Mara Salles para uma reportagem sobre tendências gastronômicas para o caderno “Comida” da Folha. Na ocasião, a chef do Tordesilhas (SP) estava às voltas com pesquisas sobre queijos brasileiros. Sua intenção era focar no registro sistemático das técnicas aplicadas pelo pequeno produtor com seu próprio produto. “A primeira pesquisa será com queijos mineiros artesanais do Alto Paranaíba e das serras da Canastra e do Salitre”, anunciara ela.

Parte deste trabalho já pode ser conferido a partir do dia 29 de maio, quando o restaurante prepara o festival Queijo, Soro, Nata, Canastra, com pratos preparados com o queijo da Serra da Canastra e seus derivados. “Esses pequenos produtores preparam receitas que vão além do bom e velho pão de queijo: usam a raspa do tacho onde fizeram o requeijão, cozinham com o soro e a casca do queijo”, adiantara ela.

Para realizar a pesquisa, Mara viajou para a Serra da Canastra em duas ocasiões, visitou produtores, dormiu no sítios deles e trouxe na mala derivados do produto, como nata, soro e, claro, vários queijos. Ivo Ribeiro, sócio do restaurante, diz que o evento vai além de uma experiência gastronômica. “É, também, um ato de protesto contra a absurda proibição do comércio de queijos artesanais, produzidos com leite cru, fora do estado de Minas”.

Ribeiro refere-se à limitação, baseada numa legislação federal de 1952 e amparada por diversas portarias, que restringe o trânsito de derivados de leite cru. Atualmente, os queijos só podem circular pelo país se tiverem um prazo de maturação mínimo de sessenta dias.

Ovo caipira pochê em soro, um dos pratos do festival

O evento, que acontece somente no jantar até o dia 2 de junho, traz entre os pratos o tradicional lobozó, que leva vegetais, ovos, queijo, cebolinha e farinha de milho; ovo caipira pochê em soro da Fazenda Matinha de Ouro e lâminas de pancetta tostadas, com toque de pimenta jiquitaia e talharim de abobrinha aos 3 queijos (fresco, meia-cura e curado) e tomates confitados com aliche. De sobremesa, frutas frescas e compotas com nata da Canastra e renda de queijo.

O cardápio, com seis tempos, custa R$ 95 (como sempre, um preço muito justo). Durante os jantares, serão servidos ainda uma degustação de queijos acompanhados de cachaças e a apresentação do filme de Helvécio Raton, “O Mineiro e o Queijo”.

Frutas e compotas com nata e renda de queijo

O queijo
A Serra da Canastra é uma das microrregiões produtoras de queijo artesanal em Minas Gerais. Localizada a sudoeste do estado, próximo à divisa com São Paulo, a região tem mais de 7 mil quilômetros quadrados e reúne cerca de 1.600 produtores de queijo. Lá, são produzidos anualmente mais de 7 mil toneladas do produto. Outras regiões mineiras tradicionalmente reconhecidas são a Serra do Salitre (ou Alto do Paranaíba), a região do Serro e a de Araxá. Nessas áreas, queijos são produzidos de forma tradicional desde o século 18.

Segundo Ribeiro e Mara, a produção de queijo da Canastra não foi alterada desde então: as etapas de produção começam com a coagulação do leite, em que são acrescentados o coalho (atualmente industrializado) e o pingo (um resíduo líquido, o último soro, usado na remessa seguinte). Estes são insumos que, ao lado das características do território – clima, solo, relêvo e pasto – são responsáveis pelo sabor (forte) e textura (cremosa) do queijo. Depois, vem a prensagem, a salga e a maturação. Por último, acontece a rala, que retira o excesso de sal e é responsável pelo acabamento do produto.

o quê: Queijo, Soro, Nata, Canastra
quando: 29/5 a 2/6 (jantar)
quanto: R$ 95
onde: restaurante Tordesilhas (rua Bela Cintra, 465, São Paulo). Reservas pelo tel. 11/3107-7444

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Uma punhalada na salvaguarda

Por criscouto
20/05/12 23:01

notícia publicada na revista Veja, 23 de maio de 2012

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Um senhor café em Chicago

Por criscouto
19/05/12 19:57

24 de maio é o Dia do Café. Selecionei um dos meus artigos sobre a bebida, que serve como dica para quem viajar a Chicago – uma cidade que, além de incrível, tem ótimos cafés!

A cultura de café em Chicago, assim como nas grandes cidades dos Estados Unidos, é assunto sério. Bem sério. Deixemos de lado o fenômeno Starbucks. Nova York, por exemplo, tem cafeterias consolidadas. É o caso do Cafe Grumpy e da Stumptown Coffee que, além de lojas (que tratam com seriedade cada xícara de café preparada) têm suas próprias torrefações – o que imprime, definitivamente, uma marca, uma identidade a cada uma delas. Sem falar em cafeterias bem acabadas que, embora não torrem seus próprios grãos, escolhem com cuidado aqueles que irão apresentar aos clientes. A Ninth Street Spresso, também novaiorquina, é um desses casos. Seus cafés vêm de uma das melhores torrefadoras dos Estados Unidos e que é o tema desse artigo: Intelligentsia Coffee.

Intelligentsia foi meu café de quase todas as manhãs durante a semana que passei em Chicago. Tudo bem, as lojas da Corner Bakery – uma delas próxima ao meu hotel – até faziam um café decente, mas nada se compara aos garotos perfeccionistas, no melhor (ou pior) estilo grunge, do Intelligentsia.

Quem entra na cafeteria do Millenium Park (referência ao famoso parque da cidade) dificilmente sai de lá na primeira hora – e a loja tem apenas uma poltrona gostosa de sentar: o restante dos assentos são cadeiras que mais privilegiam layout do que conforto, mesinhas estreitas onde mal cabe um notebook ou banquinhos altos dispostos na frente do balcão e numa mesa comunitária.

Mas o que importa, ali, é mesmo a bebida. A iluminação tênue, alimentada pelas janelas e portas de vidro que deixam passar a luz do sol, o som lounge e o silêncio típico do americano – que fica “na sua” lendo um livro em seu ipad ou trabalhando em seu laptop – abrem espaço para que se preste atenção ao trabalho concentrado dos baristas, nas diversas opções oferecidas para se tomar o melhor café que conseguem oferecer. E isso é questão de honra e um motivo que ajuda a explicar o sucesso recente da empresa.

Tudo começou em 1995, quando o casal Doug Zell e Emily Mange deixou a cidade de São Francisco e resolveu abrir uma pequena loja e torrefadora na avenida Broadway, na área norte de Chicago. Naquela época, contavam apenas com um torrador de 12 quilos e a vontade de servir um café de qualidade.

Hoje, além de Chicago, onde existem cinco lojas, a cafeteria já fez sua estreia em Los Angeles e Nova York – nesta última apenas com um laboratório, onde ocorrem degustações, cursos e palestras. Tão logo chegou à Big Apple, o Intelligensia arrebatou o prêmio de melhor grão da cidade (fornecido a outras cafeterias) na eleição do The New York Times, em 2010.

Pelo Intelligentsia também passam grandes baristas. O campeão mundial de 2010, Michael Phillips – agora em carreira-solo – criou-se na empresa, onde era assistente de treinamento à época do campeonato que lhe deu fama internacional. Stephen Morrisey, campeão mundial em 2008, passou a fazer parte da equipe e é, atualmente, diretor de educação.

De acordo com a empresa, seu time de provadores gasta “365 dias do ano” em busca dos melhores grãos. O trabalho não se resume à compra de café das fazendas selecionadas. O grande diferencial é seu trabalho sistemático e em conjunto com os produtores. Os single origin (ou cafés de uma única origem) vendidos na loja são, assim, exclusivos, e dão uma mostra do universo percorrido e do critério de escolha do Intelligentsia.

Há uma variedade grande de cafés single origin para experimentar, além de alguns blends. Um dos mais interessantes que provei foi o honey badger, um blend de verão que estava sendo servido nos dias quentes de junho – na primeira semana do mês, a temperatura chegou a ultrapassar 35°C –, uma combinação de grãos de duas origens brasileiras (que, infelizmente, não foram especificadas pelos funcionários) e uma do Quênia, em que surgiam notas claras de pequi, frutinha brasileira do Cerrado. Entretanto, o mesmo brilho prometido pelo café La Tortuga, de Honduras, descrito como repleto de notas de tamarindo, manga seca e abricó, não apareceu na xícara. Melhor desempenho tiveram os grãos de El Salvador e de Burundy.

São vários, também, os métodos em que se pode prová-los. Assim como outras cafeterias pelo mundo, a empresa de Chicago acompanha a tendência conhecida como “brew bar” – em que se procura destacar, para além do espresso, outros métodos de preparo para que se possa apreciar notas aromáticas que não aparecem no referido método, por ser muito concentrado. Nesse sentido, o que mais me atraiu, talvez pela simplicidade, é o Hario V-60, sobe o qual já comentei neste blog.

O foco no café em Chicago é tão grande que o pessoal da Intelligentsia deixou meio de lado possíveis acompanhamentos para ele – pelo menos na loja Millenium Park. Lá, um ou outro muffin dá o ar da graça na pequena vitrine sob a caixa registradora.

Essa perspectiva, porém parece estar mudando com a expansão da marca, que visa enquadrar o café sob uma nova óptica – a culinária. A terceira loja aberta em Los Angeles em 2011, em Pasadena, dá outro valor à comida. Instalada num edifício do século 19 e cuja decoração ficou por conta de um badalado escritório de arquitetura (MASS Architecture), tem no andar debaixo uma cozinha, tocada pelo chef Matthew Poley, do catering Heirloom LA, que segue a linha italiana made in Califórnia. “Os visitantes encontrarão alguma sensibilidade moderna aqui, mas isto é, essencialmente, uma experiência da velha escola”, disse em entrevista recente Kyle Glanville, diretor de inovação e chefe de operações da empresa na Costa Oeste.

Inteligentsia Coffee (Millenium Park Coffeebar. 53 E. Randolph St., Chicago)

Publicado na revista Espresso número 33

 

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O futuro da alimentação

Por criscouto
16/05/12 17:14

Ideias que merecem ser espalhadas. Esse é o objetivo por trás do TED, organização sem fins lucrativos que nasceu na Califórnia em 1984, como uma conferência de quatro dias. A proposta, que já teve entre seus palestrantes Bill Clinton e Bono Vox, chegou ao Brasil, e sua segunda edição acontece em Campos do Jordão (SP) no dia 23 de junho.

O TEDxCampos 2012 discutirá o futuro da alimentação, por meio de palestras curtas comandadas por profissionais do meio gastronômico, como cozinheiros e baristas, e estudiosos da área, como nutricionistas. No modelo TEDx, há palestras em vídeo e ao vivo, destinadas a um pequeno público – são apenas 100 vagas, e as inscrições, gratuitas, já estão encerradas.

Entre os palestrantes estão os chefs Tsuyoshi Murakami, do restaurate Kinoshita (SP), e Teresa Corção, do restaurante O Navegador (RJ) e fundadora do Instituto Maniva. O físico Frans Kampers, da Holanda, falará sobre bionanotecnologia e suas possibilidades de aplicação na alimentação.

A lista completa dos conferencistas está aqui.

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Livro sobre fraude de vinhos bilionários vai virar filme

Por criscouto
09/05/12 15:13

O livro The Billionaire’s Vinegar vai virar filme estrelado por Brad Pitt e produzido pelo ator Will Smith, anuncia a revista de vinhos Decanter. Previsto para ser lançado no final deste ano, o filme baseia-se no livro de Benjamin Wallace, publicado em 2008, que conta a história por trás da controversa coleção de vinhos de Bordeaux, que se dizia pertencer a Thomas Jefferson, encontrada num porão em Paris pelo colecionador alemão Hardy Rodenstock em 1985.

As garrafas, vendidas a preços recordes num leilão da Christie’s no mesmo ano, incluíam preciosidades como um Château d’Yquem de 1784 e um Château Lafite de 1787. Segundo Rodenstock, os vinhos foram trazidos à França pelo ex-presidente americano quando ele foi embaixador no país, de 1784 a 1789. Algumas contêm a inscrição “Th:J”. No leilão, a garrafa de Lafite alcançou o valor de US$ 156,450, o maior preço pago até hoje por um rótulo de vinho. A controvérsia sobre a autenticidade da coleção foi parar na justiça, numa trama cheia de intrigas e fraudes, digna de um filme. Há suspeitas, por exemplo, de que as inscrições no rótulo são falsas. O empresário William Koch, que adquiriu algumas garrafas, processou as principais casas de leilão sob a alegação de que o precioso líquido é falso.

Também o colunista da Decanter e ex-diretor de vinhos da Christie’s Michael Broadbent, que leiloou algumas das garrafas, ganhou um processo em 2009 em cima da Random House, editora inglesa que publicou o livro, por ter sido acusado na obra de postura inadequada no episódio.

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Eu só quero beterraba!

Por criscouto
08/05/12 00:02


Em 1600, Olivier de Serres, agrônomo francês que se autoproclamava divulgador de novos produtos na França, dizia que as folhas da beterraba eram boas para comer. Mas se Serres se referiu ao gosto – naquele tempo, plantas de gosto doce eram muito apreciadas  – ou aos benefícios à saúde desta raiz tuberosa, pouco importa. A beterraba é rica em ferro, tanto na raiz quanto nas folhas, além de ter um gosto particular.

De fato, no século 18, a beterraba foi selecionada como uma cultura das mais importantes na Europa pelo seu alto teor de açúcar. Extraí-lo foi um dos maiores desenvolvimentos agrícolas no norte do continente durante o século 19. A partir das guerra napoleônicas, o açúcar da beterraba transformou-se num produto central da economia europeia: com a proibição da importação de produtos trazidos pelos ingleses feita por Napoleão, o açúcar da cana desapareceu, e a beterraba tornou-se, então, a melhor alternativa para a obtenção do produto.

Foram as experiências com esta tuberosa na Alemanha que deitaram as bases da tecnologia de extração de seu açúcar. A partir de políticas públicas de incentivo, a indústria do açúcar de beterraba expandiu-se, e seu cultivo e processamento espalhou-se por toda a Europa, além de alcançar a América, a Ásia e a África.

Seu cultivo, entretanto, é bastante antigo. Theophrastus, escritor grego, já se referia à planta, cujas diferentes variedades eram cultivadas nas proximidades do Mediterrâneo. De fato, o autor separava os tipos mais avermelhados daqueles de cor mais clara. Sabe-se, ainda, que as folhas da beterraba silvestre, ancestral das variedades cultivadas, eram coletadas e comidas como um espinafre. Até hoje, aliás, países como a Inglaterra preparam suas folhas à maneira do espinafre – que, ao lado da acelga, compõe a mesma família botânica da beterraba.

Entre os romanos e os gregos, suas folhas também passaram a ser usadas como importante suplemento alimentar. Os gregos chamavam a beterraba de “teutlon”. Textos assírios do século 9 antes de Cristo informam que a beterraba era cultivada nos jardins dos reis babilônicos, sob o nome de “silga”. Mas foi nos textos deixados pelos romanos, perto da era cristã, que o termo Beta – que atualmente designa o seu gênero botânico – foi criado.

Raiz tuberosa, originária da Europa, a beterraba pertence à família Quenopodiácea. Existem basicamente tipos: a açucareira, usada na produção de açúcar, a beterraba forrageira, utilizada para a alimentação animal e aquela cujas raízes são consumidas como hortaliça, sendo a mais conhecida no Brasil. Entre as variedades, existem as mais alongadas, que têm mais sabor e são mais doces do que as de aspecto arredondado, que são mais cultivadas. Sua cor escarlate deve-se aos pigmentos betacianina e betaxantina

Na Alemanha, as beterrabas pequenas são servidas em conserva, como se fossem picles, para acompanhar carnes cozidas. Na Inglaterra, são usadas em saladas desde meados do século 17. Em um livros de receitas inglês dedicado somente às saladas, a recomendação de seu autor, John Evelyn, era utilizá-la em fatias finas, já cozidas, como uma opção de salada de inverno. Ainda nessa época encontram-se receitas de beterrabas fritas, que serviam como guarnição para peixes.

Mas é nas cozinhas da Europa Central e Oriental que a sua presença na culinária é mais marcante. O termo russo borshch (ou borsch) designa, por exemplo, uma enorme variedade de sopas de beterraba em países como a Lituânia, a Polônia e a Ucrânia. Neste último, aliás, pleiteia-se esse prato como sendo original do país, embora ele ofereça muitas versões. Seus ingredientes são beterraba, caldo de carne ou cogumelos e creme azedo por cima. A botvinya é uma sopa russa meio doce, meio azeda, feita com as folhas da raiz, acrescidas de espinafre e azedinha. Entre os temperos que combinam com ela estão a noz-moscada, o cravo-da-índia, limão e laranja, alho, salsa e cebola.

Publicada na revista Sociedade da Mesa, fevereiro de 2012

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Esqueceram da panqueca

Por criscouto
04/05/12 22:58

Há comidinhas de casa que a gente não esquece. E que, veja só, continuam a ser feitas do mesmo jeitinho, no dia-a-dia, mesmo quando a gente cresce. O almoço em casa, diariamente, ainda tem boa parte dos pratos que comi a minha vida inteira – enquanto as receitas de dia de festa eram feitas pela minha mãe, foi minha avó quem preparou muitos dos nossos almoços depois da escola.

Panqueca era um dos meu pratos prediletos. E, mesmo comendo tantas coisas diferentes como jornalista de gastronomia, esses sabores têm sempre um lugarzinho especial, imbatível. Semana passada, fiquei encarregada de fazer as panquecas em casa – molho e recheio de carne moída já estavam prontos. A Chica, que trabalha conosco, me deu a receita: 3 colheres (sopa) de farinha de trigo, 1 ovo, 1 copo e meio de leite.

Mas fiquei curiosa, e fui atrás de outra medida para a massa de panqueca nos meus livros de cozinha. Incrível como os livros atuais de receitas, mesmo aqueles de que mais gosto (e que não enchem uma mão – pelo menos não a minha), não trazem receita de panqueca.  Nem mesmo de espinafre, mais “light”. Esqueceram a panqueca. Ela é, agora, apenas a crepe doce, acomodada na sessão de café da manhã ou brunch nos receituários.

As pessoas devem achá-la cafona (até algum chef badalado voltar com elas no cardápio), ainda mais recheada com carninha moída, coberta com molhinho de tomate e salpicada de queijo ralado, como comíamos alegremente em casa. Mas eu continuo gostando. E, depois de muito fuçar, fui encontrar a receita de sua massa, é claro, no livro Dona Benta, cuja edição moderna teve a consultoria do chef Luiz Cintra (da deliciosa hamburgueria St. Louis, no Jardim Paulista).

Aqui vai a receita – e torço para que alguém faça as panquecas em casa, para seus filhos ou apenas para lembrar dos nossos tempos de criança, quando todo mundo gostava das enroladinhas!

Massa para panquecas
Livro “Dona Benta” 

5 colheres (sopa) de farinha de trigo
2 ovos
2 1/2 xícaras (chá) de leite
1/2 colher (café) de sal
100 g de manteiga ou margarina

Preparo

Misture a farinha com os ovos e junte pouco a pouco o leite misturado com o sal. Deixe a massa descansar por 10 minutos.
Leve ao fogo em frigideira de 20 cm de diâmetro (ou um pouco maior) e, quando esquentar, unte-a com manteiga ou margarina.
Ponha duas ou três colheres (sopa) da massa (eu usei uma concha rasa, e ela ficou fininha!) e gire a frigideira para que ela se espalhe por igual. Deixe no fogo até dourar (mais ou menos 3 minutos). Vire a massa e retire da frigideira.

Esta receita dá para cerca de 8 panquecas.

 

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